ETAPA 07 - FIDENZA À COSTAMEZZANA - 09/06/2014 - 17 KM

Etapa curta e considerada fácil, com poucas subidas e descidas, a paisagem é só de lavouras de cereais e caminha-se por estradas rurais. Iniciei a  caminhada às sete horas da manhã, depois de tomar um legítimo cappuccino italiano e comer um brioche em um bar na saída de Fidenza. Já havia encontrado alguns peregrinos nas etapas anteriores, mas foi aqui em Costamezzana que conheci o peregrino Adriano, um italiano da cidade de Varese, vizinha a Milão, o qual se tornaria meu companheiro de peregrinação até Roma. Quando cheguei no albergue de Costamezzana o Adriano já estava instalado, acabamos ficando no mesmo alojamento. Depois de tomar um banho, fui lavar minhas roupas e colocá-las para secar no varal no pátio do albergue. Fomos almoçar juntos em um pequeno restaurante, a partir desse dia iniciei minhas aulas práticas de língua italiana. Mais tarde chegou um casal de jovens peregrinos italianos,  a noite fizemos um jantar coletivo na cozinha do albergue, uma bela pasta, pão e um vinho branco e muito conversa. Fomos dormir às 22:00.

 Uma bela amostra das acomodações que eu e a minha esposa vamos encontrar na Via Francigena na Itália. Agora que estão surgindo os primeiros Albergues ao longo do caminho para hospedar peregrinos nos moldes dos existentes na Espanha no Caminho de Santiago. A maioria das hospedagens na Itália são em Conventos, Abadias, Monastérios, Igrejas e Capelas como esta da foto.

Hoje faltam 19 dias para a viagem. Fui na Marisa Turismo para acertar os cartões pré-pagos da Visa em Euros, também fazer a cotação do seguro saúde obrigatório para poder entrar no Espaço Schengen do qual a Itália faz parte como um dos signatários. Qualquer cidadão que deseja entrar em um dos 26 Estados que fazem parte do Tratado de Schengen como turista e que sua permanência não ultrapasse 90 dias, deve ter um seguro saúde de cobertura de 30.000 Euros, passagem de ida e volta marcada e recursos financeiros para poder se manter

ETAPA 06 - IVREA À  SANTHIA - 08/06/2014 - 36,8 KM

Acordei às 4h45min. pois a etapa era longa e classificada como difícil. Saí do albergue às 5h20min. depois de comer uma barra de chocolate e tomar um suco, que havia comprado no dia anterior. Estava começando a clarear o dia, a temperatura era amena aquela hora da manhã, mas a tendência era esquentar muito, eu estava entrando no vale do Rio Pó. Passei pelas cidades de Burolo, Bollengo. Piverone, Viverone, Roppolo e Cavaglia. De Ivrea a Viverone caminhei junto com duas moças italianas que estavam fazendo só aquela etapa, oportunidade que tive de começar a praticar meu italiano que havia aprendido nas aulas, me saí bem. Elas ficaram em Viverone, após nos despedirmos segui sozinho. A paisagem começou a mudar drasticamente depois de Viverone, após contornar parte do lago de Viverone começa a planície do Rio Pó, é só agricultura de cereais com retas intermináveis e ao meio dia os termômetros chegaram aos 35 graus. Depois de 9h40min. de caminhada cheguei finalmente a Santhia, estava muito cansado e apareceu uma pequena bolha em um dedo do meu pé. 

ETAPA 05 - PONT SAINT MARTIN À IVREA - 07/06/2014 - 21.1 KM

Acordei às cinco e meia da manhã, arrumei a mochila, comi algumas frutas que havia comprado no dia anterior e saí do albergue às seis horas, temperatura agradável pela manhã. Etapa de dificuldade fácil com alguns subidas e descidas, vão se alternando campos de cereais, parreirais, lagos, castelos, uma grande parte da Via Francigena nesta etapa caminha-se por trilhas em bosques, passando pelas cidades de Carema e Settimo Vittone, depois de 5h30min. chega-se a Ivrea,  uma bela cidade de 25.000 habitantes, já na região do Piemonte, Ivrea pertence a Província de Torino. A partir desta etapa, ou seja no quinto dia, o organismo já esta adaptado a caminhar todos os dias e as dores praticamente desaparecem. Depois de me alojar no albergue, tomar banho, descansar um pouco,  fui conhecer a cidade. .   

BOTAS SALOMON, A MELHOR.

Essa é a melhor bota para trekking que eu já usei. Tanto para fazer o Caminho de Santiago quanto para fazer a Via Francigena, não tive nenhum problema com as botas, somente o desgaste natural da sola que acontece em uma caminhada longa dessas. Noventa e cinco por cento dos peregrinos que encontrei na Itália usavam esta marca. Vai a dica para quando algum amigo quiser comprar botas para trekking não pense duas vezes, compre a marca Salomon. São resistentes, confortáveis, leves. Um único porém, são as mais caras do mercado. Mas não existe coisa boa e  barato.  Não estou aqui fazendo propaganda da marca, mas dando uma dica muito importante, pois vi vários peregrinos tanto na Espanha como na Itália tendo suas botas simplesmente desmanchando, por não suportarem tamanho esforço que são colocadas. Um abraço a todos. 

ETAPA 04 -  CHATILLON - PONT SAINT MARTIN - 37,0 KM - 06/06/2014

Esta etapa foi muito desgastante devido a distância e o sobe e desce, trilhas íngremes com muita pedra solta. Vários vilarejos como: Saint Vincent, Verres, Arnad, Bardo e Donnas. Ainda caminhando pelo vale entre pastagens, bosques e parreirais. Castelos medievais e pontes medievais estão por todos os lados. As altas montanhas nevadas vão ficando para trás.  O tempo continua firme, sem previsão de chuva e temperatura agradável, na casa dos 25 graus ao meio dia. Fiquei hospedado num B&B de uma italiana que morou no Brasil, e a Ana Maria. Hospedagem de primeira com um delicioso café da manhã. Aproveitei para lavar minha roupa, e fazer mais uma seleção do que ia deixar para trás para diminuir peso da mochila. Deixei um par de meias, um isolante térmico e mais 4 pilhas AA. nesta etapa caminhei com duas peregrinas, uma americana e uma inglesa que haviam iniciado a Via Francigena na Inglaterra e já tinham caminhado 1200 km.

ETAPA 03 - AOSTA - CHATILLON - 28,3 KM - 05/06/2014

Na noite anterior fiz uma seleção de coisas que teria que deixar para trás para diminuir peso da mochila, então deixei uma camiseta de manga longa, uma blusa de malha, uma barra de sabão de coco, um frasco de shampoo, uma colônia do boticário, uma cueca. Acordei às 06h00 arrumei a mochila e saí às 06h30min. do Hostal, deixei para tomar café no primeiro bar que eu avistasse. Esta etapa é toda feita no fundo do vale no lado esquerdo do rio Dora Baltea, onde cruza-se muitas vilas, tais como: Saint Christophe, Nus, Verrayes e Chambave. A paisagem vai se alternando entre bosques, pastagens, vinhedos e vilas num sobe e desce sem fim, ao qual depois de 7h40min. chega-se a Chatillon. As montanhas com neve já não são frequentes, no Hostel  estamos em quatro peregrinos, um francês dois holandeses e eu.