domingo, 15 de outubro de 2017

ESTRADA REAL

 PRIMEIRA PARTE - DIAMANTINA À OURO PRETO

                                                   CAMINHO DOS DIAMANTES

Queria muito fazer uma viagem de cicloturismo no Brasil, e para isso escolhi a Estrada Real. Dos dois traçados existentes escolhi percorrer o Caminho dos Diamantes e o Caminho Velho. O Caminho dos Diamante inicia-se em Diamantina - MG e vai até Ouro Preto - MG, tem uma extensão de 395 km e a maioria percorre-se por estradas de terra e alguns trechos em asfalto e trilhas. Realizei essa viagem entre os dias 30 de agosto de 2017 ao dia 6 de setembro de 2017.

                                   


Partindo do Aeroporto Afonso Pena - Grande Curitiba
Ilha do Mel - Litoral do Paraná


Chegando em Belo Horizonte

Rodoviária de Belo Horizonte - Despachando a Bike, levei desmontada em uma caixa, transporte tranquilo, sem nenhuma avaria. Os alforjes e a bolsa de guidão levei junto comigo tanto no avião como no ônibus.

Igreja Matriz de Diamantina, ponto de início da Esrtada Real, cidade histórica de Mins Gerais, teve seu auge quando o Brasil era Colônia de Portugal, muitas pedras preciosas foram descobertas e levadas para Portugal. 

Hoje Diamantina vive quase que exclusivamente do Turismo.

Marco número um da Estrada Real, aqui começa oficialmente a Estrada Real.

Esses marcos estão presentes a cada dois quilômetros em toda a Estrada Real e nos pontos de bifurcação e dúvida, ele aparece.

Junto com o Marco tem essa placa com informações das distâncias e históricas do local. Em alguns Marcos os vândalos arrancarram a placa.

No Início um friozinho na barriga, que com o passar dos quilômetros desaparece.

Primeiras serras de muitas que enfrentei.

A paisagem é de muitas montanhas, muitas rochas, vegetaão típica de cerrado.

Os poucos rios e cursos de água, nesta época do ano, setembro,  tem apenas um filete de água.

Já faziam quatro meses que não chovia na região, a poeira era constante, e também queimadas.

Trecho de estrada de terra sendo feito terraplanagem para receber asfalto.


Rio Jequetinhonha com pouca àgua.

As chuvas mais intensas vão de novembro à abril, neste período os rios voltam a ter um volume de água normal.

Pequena mercearia no Distrito de São Gonçalo do Rio das Pedras.

Vende-se de tudo um pouco.

Mas o que ,mais tem é chachaça , doce de leite e o tradicional queijo de minas.

Sempre fui muito bem recebido por todos os locais que passei, os mineiros são muito receptivos com turistas.

Ainda encontramos muitos moradores locais usando o transporte com animais. 

As Pousadas estão presentes em todas as localidades, como neste Distrito, os preços variam muito, as mais baratas custavam R$ 50,00 com café da manhã e as mais caras em torno de R$ 150,00.

Calçamento com placas de pedra do tempo do Império.

Pousada no Distrito de São Gonçalo do Rio das Pedras, Primeira noite na Estrada Real.

A rotina numa viagem de cicloturismo, é a seguinte: chega-se na cidade ou distrito e vai procurar pousada, instalado, toma banho e lava-se a roupa que usou durante o dia de pedalada, após descando vai se conhecer os pontos turísticos, tirar fotos. 

Trecho de asfalto com muitas subidas.

Região do Município de Serro.  

Subidas são constantes, duras mesmo sendo asfaltadas.

Paisagem predominante são montanhas para todos os lados.

Esta rodovia específicamente com pouco tráfego de veículos.

A maioria das propriedades rurais se dedicam a produção de leite.




Estrada de terra com muita poeira, quando se cruza com um carro ou caminhão tem que parar e esperar a poeira abaixar. 

A vegetação ao lado das estradas fica marron.

A sinalização é constante.

As serras vão surgindo uma atrás da outra, e não temos outra opção senão enfrentá-las.

Essa por exemplo foi muito difícil, longa, com uma inclinaçao muito alta.

Quando você pensa que terminou de subir, surge mais um trecho de subida.

Outro fator que fez com que a viagem se tornou dura foi o calor, havia dias que os termômetros bateram nos 38 graus.

Mas quando você chegava no topo o visual compensava.

A felicidade de ter vencido mais uma serra, sempre acompanhado pelo marco da Estrada Real.

Apesar da seca, as flores sempre apareciam.

Um dos poucos rios nesta etapa com mais água.

Esta foi a bicicleta que me acompanhou pela Estrada Real, da marca Specialized, aro 29, sem suspensão dianteira, pneus 700x38, guidão tipo borboleta, bagageiro, um par de alforjes e uma bolsa de guidão. 

Muitos trechos da Estrada Real são bem desertos, poucas casas, pouco tráfego.

Vegetação típica de cerrado.

Elas, as montanhas, foram minhas companheiras por vários dias.

O consumo de água é enorme, toma-se até cinco litros de água durante a pedalada.

Mais uma vista deslumbrante.

O ipê amarelo no sopé da montanha.

Aqui a maior alegria de um cicloturista, a descida, quando você encontra uma é só alegria.

Depois de cada curva uma subida.

No horizonte só montanhas.

Um pequeno córrego para se refrescar, depois de subidas intermináveis e um calor insuportável.

Passando por debaixo de um viaduto da Ferrovia do Aço.

Antiga estação de trem de Santa Bárbara.

Hoje a Estação esta desativada, transformou-se em um Centro Cultural.

A beleza das flores.

Montanha encoberta pelas nuvens, numa manhã de setembro.

Igreja Matriz de Catas Altas.

Catas Altas Minas Gerais


Barragem próxima a Catas Altas.

Esta região faz parte do Quadrilátero de Ferro de Minas Gerais.

Aqui estão localizadas as maiores mineradoras do país.

Esta é uma montanha que está sendo explorada, provávelmente irá desaparecer daqui alguns anos.

Mais uma barragem de água próxima a Mariana.

Bem próximo deste ponto foi onde houve o rompimento da barragem de resíduos de mineração da Samarco, onde morreram mais de trinta pessoas e soterrou um distrito inteiro, a Estrada Real passava por esse distrito, hoje tem que fazer um desvio longo.  

Mariana - Minas Gerais

Ouro Preto - Minas Gerais

Ouro Preto tem várias igrejas do período colonial.

Centro histórico de Ouro Preto.

Ouro Preto com suas ruas de pedras, mas com um tráfego intenso de veículos no seu centro histórico.

Cidade que recebe muitos turistas, ms achei a cidade mal cuidada, prioridade para carros, caminhões e ônibus, o pedestre e o ciclista deveriam ter prioridade.

Vista de mais Igrejas de Ouro Preto.

Pequena capela na saída de Ouro Preto.
Aqui terminou a primeira etapa da minha viagem de cicloturismo na Estrada Real, foram 395 km percorridos em oito dias, com duríssimas serras para subir, a maioria não se consegue subir pedalando, mas empurrando a bicicleta. Mas no geral a viagem transcorreu sem nenhum problema, sem nenhuma queda, nem um problema mecânico na bicicleta. Só achei a região e as estradas um pouco desertas, passa pouca gente, durante o dia. Sugiro fazer este pedal em um grupo, torna-se mais seguro, no meu caso fiz sozinho e encontrei somente uma cicloturista sozinha também.  Outro problema que enfrentei foi a falta de água potável, não vi nenhuma fonte para pegar água neste trecho. Deve-se levar muita água para consumir durante o pedal. Locais para dormir e comer estão presentes em todas as cidades e distritos, com várias opções de preços. A população local é muito receptiva e estão sempre disposta a te ajudar. As comunidades locais sabem muito pouco da Estrada Real, deveriam ser informadas nas escolas, etc., os marcos também estão em alguns lugares deteriorados por vandalismos, deveriam ser atualizados, em alguns lugares foram arrancados. Levei uma planilha impressa que peguei no site da Estrada Real, me ajudou muito. Quem tiver a oportunidade deverá fazer essa viagem, é muito emocionante.


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