A partir desta etapa éramos dois peregrinos rumo a Roma. Nesta etapa a paisagem começa a mudar, saímos das planícies do Rio Pó e começamos a caminhar por um terreno mais ondulado de sobe e desce onde continuam predominando os campos de cereais. Aqui nesta etapa fiquei conhecendo o ritmo de caminhada do meu companheiro. Adriano é um senhor de mais ou menos um metro e oitenta e cinco centímetros e quase noventa quilos e caminha num ritmo muito rápido, não conseguia acompanhá-lo, principalmente nas subidas de montanhas. Saímos de Costamezzana às seis horas da manhã sem tomar café, o jovem casal de italianos ficou para trás, depois de 10 km paramos na cidade de Medesano para uma pausa e tomar um cappuccino e comer um brioche. Passamos por Felegara e seguimos para o vale do Rio Taro. Primeiro momento de tensão, nos perdemos da trilha, a sinalização era falha, o capim estava muito alto, depois de uns 15 minutos de idas e vindas optamos por ir em uma direção, mais à frente reencontramos a trilha. Depois de cruzar o Rio Taro entramos na cidade de Fornovo de Taro ao meio dia. Como era cedo optamos por caminhar mais 10 km, até o vilarejo de Sivizzano. Fomos para o Albergue de Santa Margherita, um belo albergue onde antes era um estábulo para vacas de leite, todo em pedra, foi todo reformado pela paróquia, a hospitaleira Sra. Maria era muito simpática e atenciosa. Para o jantar nos preparou uma bela pasta, pão, vinho lambrusco, salada de feijão e presunto de parma. Fiquei intrigado com o vigor físico do meu companheiro de peregrinação, pois ele caminhava muito, sempre na minha frente e eu não conseguia acompanhá-lo, durante o jantar ele me explicou que fazia musculação três vezes por semana, duas vezes por semana natação e caminhava todo dia 8 km. Aí eu resolvi perguntar a sua idade e ele me respondeu: setenta anos, ou seja quinze anos mais velho do que eu.
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